por Dan Siluk, chefe de global short duration e liquidez e gerente de portfólio da Janus Henderson
(Português)
O relatório do IPC de julho veio amplamente em linha com as expectativas, reforçando a percepção de que a inflação está sob controle, mesmo que ainda não esteja exatamente na meta. O índice geral foi contido pela queda nos preços de energia e gasolina, enquanto os serviços permaneceram como o principal motor da alta geral.
O núcleo do IPC subiu 0,3% em relação a junho e 3,1% em 12 meses, retornando ao seu nível mais alto desde fevereiro. No entanto, a composição do resultado é o que mais importa para a política monetária. A inflação do núcleo de bens foi mais baixa do que o esperado, e ainda não há evidências claras de que o repasse de tarifas esteja ganhando força. Enquanto isso, a inflação do núcleo de serviços foi impulsionada por componentes voláteis como passagens aéreas e assistência médica, categorias que têm menor peso no índice preferido do Fed, o PCE.
A inflação de habitação subiu levemente, mas os aluguéis continuam em níveis compatíveis com uma inflação de 2%, sugerindo que a desinflação no setor imobiliário permanece intacta.
Na nossa visão, o Fed vai ignorar o ruído na inflação de bens e se concentrar nos sinais macroeconômicos mais amplos: fraqueza no mercado de trabalho, fadiga do consumidor e o risco de que a desaceleração do crescimento possa se tornar deflacionária no médio prazo. Este resultado do IPC não prejudica o argumento para um corte em setembro; pelo contrário, o reforça.
Com o IPC agora divulgado, a atenção se volta para o relatório do IPP na quinta-feira e para Jackson Hole na próxima semana, quando esperamos mais clareza sobre a evolução da função de reação do Fed.
(English)
The July CPI report came in broadly in line with expectations, reinforcing the view that inflation is under control, even if not quite at target. The headline print was contained by falling energy and gasoline prices, while services remained the primary driver of the overall increase.
Core CPI rose 0.3% m/m and 3.1% y/y, returning to its highest level since February. However, the composition of the print is what matters most for policy. Core goods inflation was softer than expected, and there’s still no clear evidence of tariff passthrough picking up steam. Meanwhile, core services inflation was driven by volatile components like airfares and medical care, categories that have a lower weight in the Fed’s preferred PCE measure.
Shelter inflation ticked up slightly, but rents continue to run at levels consistent with 2% inflation, suggesting disinflation in housing remains intact.
In our view, the Fed will look through the noise in goods inflation and focus on the broader macro signals; labour market softness, consumer fatigue, and the risk that slowing growth could become deflationary over the medium term. This CPI print does not derail the case for a September cut, if anything, it supports it.
With CPI now behind us, attention turns to Thursday’s PPI report and Jackson Hole next week, where we expect further clarity on the Fed’s evolving reaction function.