dezembro 6, 2025

Missão Boston 2025: quando a advocacia brasileira se conecta com o mundo

A Missão Boston 2025, promovida pela Comissão de Direito Internacional da OAB de Aparecida de Goiânia, mais uma vez consolida-se como uma experiência transformadora para advogados brasileiros que desejam ampliar seus horizontes. Mais do que um intercâmbio jurídico, a missão é um convite à reflexão sobre o papel do Direito em um mundo cada vez mais globalizado, tecnológico e interdependente. A proposta é ambiciosa: estreitar laços com centros de excelência como Harvard, MIT e a Suprema Corte de Massachusetts e, ao mesmo tempo, repensar práticas jurídicas à luz de novos paradigmas.

Para Dalva Lucas, advogada com quase duas décadas de atuação em Direito Internacional de Família Privado, a missão representa um salto qualitativo na sua trajetória profissional. “Tenho buscado aplicar o Direito Internacional de forma humanizada, com foco na proteção das famílias em contextos transnacionais”, explica. Participar dessa imersão internacional, segundo ela, é aprofundar o diálogo intercultural e fortalecer a efetividade das decisões judiciais estrangeiras no Brasil. “Quero contribuir para o aprimoramento das políticas e instrumentos de cooperação jurídica entre Brasil e Estados Unidos”, resume.

Advogada Dalva Lucas participa da Missão Boston pela primeira vez

Já a advogada Mariana Dias, Diretora da Escola Superior de Advocacia, retorna à missão após a marcante experiência em 2024. Com um olhar amadurecido, ela destaca que o reencontro com Boston é também um reencontro com os próprios ideais de justiça. “A advocacia goiana tem um potencial enorme para dialogar com o mundo. A Missão Boston é mais que uma viagem — é uma plataforma de transformação”, afirma. Para ela, as instituições visitadas são símbolos da tríade que deve sustentar o futuro da profissão: conhecimento, inovação e justiça.

O advogado Paulo de Tarso, com escritório em Piracanjuba e Goiânia, compartilha da mesma visão inspiradora. Segundo ele, a missão é uma vivência que rompe com a rotina e cria um marco de evolução profissional. “Boston é um polo mundial de ideias. Aqui, o Direito ganha novas cores, novos sentidos. É impossível sair daqui sendo o mesmo advogado que chegou”, afirma. Um dos pontos centrais de sua expectativa é entender o impacto da inteligência artificial na prática jurídica — tema cada vez mais urgente no Brasil.

A proposta da missão não é somente visitar instituições renomadas, mas mergulhar em um ambiente de aprendizado intensivo. A cada encontro, palestra ou conversa informal, os participantes têm a chance de repensar suas práticas, ampliar visões e construir conexões duradouras. Para muitos, é também a oportunidade de perceber que a advocacia brasileira está pronta para ocupar espaços globais com excelência e protagonismo.

O diferencial da Missão Boston é, justamente, unir teoria e prática, tradição e inovação. Ao mesmo tempo em que valoriza a experiência acadêmica e institucional, promove um olhar voltado à aplicação prática no Brasil. É esse equilíbrio que torna a iniciativa tão relevante, especialmente em um cenário jurídico que pede mais do que conhecimento técnico — exige sensibilidade social, visão estratégica e compromisso ético.

A presença de advogados de diferentes regiões do Brasil, como Goiás e interior de Minas, reforça a diversidade e riqueza dessa troca. O diálogo com juristas americanos e a vivência em instituições centenárias revelam diferenças culturais e legais, e também os pontos de convergência que podem fortalecer a cooperação jurídica internacional.

Advogada Mariana Dias em evento nos Estados Unidos

Missão Boston 2025 não é sobre sair do país. É sobre voltar diferente. Com mais conteúdo, mais conexões e uma visão mais clara do que significa ser advogado em um mundo em constante transformação. A bagagem que os participantes levam para casa vai além de livros e cartões de visita — inclui propósito, aprendizado e um novo olhar sobre o Direito.

A força do Direito Internacional e o impacto de experiências globais na prática jurídica brasileira

A crescente presença de advogados brasileiros em missões internacionais sinaliza uma mudança significativa na forma como se entende a prática jurídica no país. Mais do que um diferencial curricular, essas vivências se tornam verdadeiros catalisadores de inovação, empatia e atualização profissional. Em tempos de intensas transformações sociais, tecnológicas e culturais, compreender o Direito além das fronteiras é essencial para quem quer se manter relevante e fazer diferença.

Advogado Paulo de Tarso participa da Missão Boston e aproveitará alguns dias de férias nos Estados Unidos

O Direito Internacional, especialmente nas áreas de família, contratos e cooperação jurídica, já é uma realidade nos escritórios e tribunais do Brasil. Como destaca a advogada Dalva Lucas, essa é uma área que exige mais do que conhecimento técnico: requer sensibilidade humana e cultural. “Lidar com famílias que vivem em países diferentes, com legislações distintas, é um exercício constante de diálogo e compreensão”, afirma. As trocas promovidas pela Missão Boston ajudam a consolidar práticas mais justas, eficientes e empáticas.

A presença em instituições como Harvard Law School e MIT também joga luz sobre outro aspecto crucial: a necessidade de integrar tecnologia ao Direito. O uso de inteligência artificial na análise de processos, na automação de contratos e até na tomada de decisões judiciais já é realidade em muitos países. Paulo de Tarso vê com bons olhos essa revolução, desde que o fator humano não seja negligenciado. “A tecnologia deve ser uma aliada da justiça, não uma substituta do bom senso e da ética”, pontua.

A formação jurídica no Brasil também ganha ao observar modelos educacionais mais integrados à realidade prática e à pesquisa. Mariana Dias, que atua na área da educação jurídica, destaca que essas experiências internacionais ajudam a reavaliar o modelo brasileiro de ensino do Direito. “Precisamos formar advogados mais preparados para pensar criticamente, agir globalmente e atuar com propósito”, afirma. A Missão Boston, segundo ela, é um laboratório vivo desse novo perfil profissional.

Outro impacto direto dessas missões é a valorização da advocacia regional. Advogados de cidades como Aparecida de Goiânia e Piracanjuba, ao participarem de encontros com juristas internacionais, mostram que talento e competência não estão restritos aos grandes centros. Pelo contrário: são justamente esses profissionais que, ao voltarem para suas comunidades, se tornam multiplicadores de conhecimento e transformação.

O fortalecimento da cooperação jurídica internacional também é um ganho coletivo. As trocas de experiências ajudam a construir pontes entre sistemas jurídicos, facilitam o reconhecimento de decisões estrangeiras e promovem maior segurança jurídica em casos transnacionais. Tudo isso contribui para um ambiente jurídico mais previsível, justo e eficaz — tanto para cidadãos quanto para empresas.

A Missão Boston, portanto, vai além do simbolismo de estar em um centro acadêmico prestigiado. É um projeto que representa uma nova mentalidade: a de uma advocacia conectada com o mundo, com as pessoas e com os desafios do presente. Uma advocacia que não se contenta com o básico, mas que busca sempre se reinventar.

Se antes a atuação jurídica era vista como algo local, quase fechado, hoje ela precisa ser global, interdisciplinar e orientada a resultados. Missões como a de Boston mostram que isso não apenas é possível, como já está acontecendo — e o Brasil, felizmente, está nesse movimento.

A próxima geração de advogados brasileiros será formada por quem ousa cruzar fronteiras — físicas e mentais. E cada missão internacional, cada diálogo, cada percepção faz parte dessa construção.

Porque o Direito do futuro não espera. Ele já começou.

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