Com 731 ocorrências, país registra o maior número desde o início da série histórica.
O Brasil registrou, em 2024, o maior número de acidentes relacionados à exploração de petróleo no mar desde o início da série histórica da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 2011. Segundo dados do órgão regulador, foram contabilizadas 731 ocorrências em operações na costa brasileira ao longo do ano passado.
O aumento significativo no número de incidentes levanta preocupações sobre a segurança das atividades offshore, especialmente em um momento em que o país busca expandir sua produção de petróleo para atender à crescente demanda global. Entre os acidentes registrados estão vazamentos de óleo, falhas mecânicas, explosões, incêndios e problemas estruturais em plataformas e embarcações de apoio.
Setor em alerta: causas e impactos dos acidentes
Os especialistas apontam que o crescimento no número de acidentes pode estar relacionado à intensificação das operações de exploração e produção, bem como a eventuais falhas nos protocolos de segurança adotados pelas empresas do setor. A pressão por maior produtividade, aliada ao envelhecimento de algumas estruturas, pode ter contribuído para o cenário preocupante.
“A segurança na exploração do petróleo precisa ser prioridade. O aumento de ocorrências sugere que algo não está sendo feito da forma correta, seja na manutenção dos equipamentos, no treinamento das equipes ou no cumprimento de normas ambientais e operacionais”, afirma um especialista em engenharia de petróleo.
Os impactos ambientais dos acidentes também são motivo de preocupação. Vazamentos de óleo podem causar danos irreparáveis à vida marinha e comprometer a economia das regiões costeiras, afetando atividades como a pesca e o turismo. Além disso, o aumento do risco operacional pode resultar em avaliações às empresas responsáveis, elevando custos e reduzindo a atratividade do setor para investidores.
Medidas para fortalecer a segurança
Diante do cenário alarmante, a ANP e outras autoridades do setor já estudam medidas para reforçar a segurança na exploração de petróleo no mar. Entre as ações possíveis, estão a intensificação da fiscalização, a exigência de investimentos em novas tecnologias de prevenção e o aprimoramento dos treinamentos para os trabalhadores do setor.
O governo também avalia a necessidade de revisões nas normas de segurança e meio ambiente aplicadas às operações offshore, de forma a garantir que o Brasil continue sendo um player relevante no mercado global de petróleo sem comprometer a sustentabilidade e a integridade de suas reservas naturais.
Enquanto isso, as empresas do setor estão sendo pressionadas a revisar seus protocolos e reforçar a segurança de suas operações. Algumas companhias já anunciaram investimentos adicionais para modernizar suas plataformas e adotar sistemas de monitoramento mais avançados para reduzir o risco de novos acidentes.
Com o recorde negativo de 2024, o Brasil se vê diante do desafio de equilibrar o crescimento da indústria do petróleo com a necessidade de garantir operações mais seguras e sustentáveis. O setor offshore terá que responder rapidamente às preocupações levantadas pelos números da ANP para evitar que o problema se agrave nos próximos anos.
