Dono de renomada gestora diz que investimentos serão suspensos diante de perda de confiança.
O bilionário fundador de uma das maiores gestoras de investimentos dos Estados Unidos afirmou que vai interromper novos aportes no país enquanto Donald Trump permanecer na presidência. O empresário, que foi um dos principais apoiadores financeiros da campanha do republicano, agora demonstra frustração com a condução econômica do governo.
Segundo ele, Trump estaria se afastando dos compromissos assumidos com o setor produtivo. “Havia uma expectativa de estabilidade e estímulo à competitividade. O que vemos é o contrário”, disse o executivo, em referência às recentes decisões do presidente. Para o gestor, o ambiente de negócios tornou-se imprevisível, o que desestimula novos investimentos, especialmente em setores estratégicos.
A crítica se soma a um movimento crescente de desconfiança entre empresários que, até recentemente, viam no presidente uma figura capaz de desregulamentar a economia e reduzir a carga tributária. Com medidas consideradas erráticas, como mudanças abruptas em políticas comerciais e fiscais, a relação entre o governo e parte do empresariado começa a se desgastar.
O empresário, cujo patrimônio supera os US$ 10 bilhões, disse que não vê mais segurança para expandir operações no país. Ele afirmou que parte dos recursos será redirecionada para mercados mais previsíveis, como Europa e Ásia. “A incerteza política nos obriga a buscar alternativas. Não se trata de ideologia, mas de prudência”, declarou.
O rompimento com Trump não representa, segundo ele, um apoio automático à oposição. No entanto, reforça um alerta sobre a instabilidade institucional que paira sobre o país. Nos bastidores, outros grandes investidores teriam expressado a mesma preocupação, ainda que de forma reservada.
A mudança de postura ocorre em meio a uma desaceleração no ritmo de investimentos estrangeiros diretos nos Estados Unidos. Analistas apontam que o discurso polarizado do presidente e a postura imprevisível em temas econômicos pesam negativamente nas projeções de médio prazo.
Trump, por sua vez, não comentou diretamente as declarações do bilionário, mas voltou a afirmar, em rede social, que os EUA vivem um “momento de força e prosperidade” e que “quem investe aqui, colhe os frutos”. Ainda assim, assessores próximos têm buscado minimizar o impacto das críticas dentro do mercado financeiro.
Com a aproximação do próximo ciclo eleitoral, a tensão entre o governo e parte do setor privado deve ganhar novos contornos. Se antes Trump era visto como o candidato do capital, agora seu apoio entre grandes investidores começa a rachar. A ruptura pode representar mais do que um sinal de insatisfação: é um indicativo de que o pragmatismo empresarial está falando mais alto.