julho 23, 2025

Confeiteira do ES viraliza com coxinha que custa R$ 16 e gera debate: ‘Você pagaria?’ | Redes sociais

A discussão sobre valores de produtos costuma gerar polêmica nas redes sociais. Dessa vez, a confeiteira Millena Moreira, 26 anos, resolveu explicar o processo de precificação da coxinha vendida em sua confeitaria, a Mi Doces, localizada na cidade de Vila Velha, no Espírito Santo. Em um vídeo no TikTok, ela experimenta o salgado para mostrar a crocância e fartura do recheio. Entre as opções de sabores estão a de frango com catupiry (R$ 16) e costela desfiada com cream cheese (R$ 17). O post já soma 734,8 mil visualizações.

Moreira lista os argumentos para a cobrança do valor, que incluem a quantidade e qualidade dos insumos utilizados na receita. Segundo ela, a coxinha é um dos sucessos da confeitaria, chegando a vender cerca de 200 unidades por dia.

“Quando a gente fala sobre o preço dessa coxinha sempre gera um burburinho, porque algumas pessoas têm aquela visão de que tem que custar R$ 2, mas hoje não é mais assim. Isso não existe no país, principalmente quando é um produto com qualidade e bastante recheio como a nossa coxinha”, afirma.

Embora tenha dividido opiniões nos comentários, a confeiteira explica que a publicação faz parte do conteúdo que já costuma compartilhar para auxiliar outras empreendedoras do ramo. A partir disso, ela destaca a importância da valorização de produtos artesanais.

“Muitas empreendedoras que não fazem a precificação da forma correta acabam tendo prejuízo e pagando para trabalhar. Quem quiser comer um produto de qualidade vai pagar. Acredito que tem público para tudo, para a coxinha de R$ 17 e para mais barata”, diz.

Antes do post sobre a precificação, a coxinha já havia chamado atenção dos internautas em outro vídeo. Isso porque a confeiteira mostra a habilidade na produção dos salgados com uma venda nos olhos. O registro, publicado em março deste ano, acumula 1,7 milhão de visualizações no TikTok.

A empreendedora, que decidiu investir na confeitaria há seis anos, ainda concilia o negócio com a produção de conteúdo. Ela destaca que o trabalho foi impulsionado pelo alcance das redes sociais. Hoje, Moreira possui 438 mil e 98,1 mil seguidores no Instagram e no TikTok, respectivamente.

Dentro desse universo de produção de conteúdo, ela resolveu lançar e-books, cursos e apostilas a fim de alcançar outras confeiteiras no fim de 2021. Ela conta que já atingiu a marca de mais de 35 mil alunas. Os conteúdos contemplam receitas gastronômicas e estratégias para os negócios, que vão de R$ 29,90 a R$ 99,90.

“Isso aconteceu de forma muito natural porque comecei a mostrar os bastidores, mostrava como fazia os produtos. Tentava mostrar tudo de forma esteticamente bonita e caprichosa nas redes sociais. E aí outras confeiteiras começaram a se interessar e perguntar se não tinha curso para vender”, lembra.

Em 2019, Moreira começou o negócio com poucos recursos dentro da própria casa. Para a produção dos doces, ela usava equipamentos emprestados da família. Os doces eram divulgados nas redes sociais para atrair a clientela, que retirava os produtos em terminais de ônibus da cidade. “Pagava uma passagem e conseguia descer em vários terminais para entregar os doces.”

Depois de um ano, a empreendedora transformou o negócio em delivery junto ao companheiro e sócio, Felipe Pastore, 27 anos. Nesse período, a dupla contratou um entregador para dar conta dos pedidos, que chegaram a 100 unidades de bolo de pote vendidos por dia. A Mi Doces, que funcionava apenas por delivery, ganhou loja física em 2023. O espaço ainda conta com uma área reservada para a produção.

Com o desejo de ampliar o negócio, a empreendedora pretende investir em estratégias para aumentar o alcance da marca nas redes sociais. “A criação de conteúdo é algo que vamos manter com muita constância, com foco para crescermos e aumentar o número de alunas”, pontua.

Como precificar produtos?

Paulo Faria, professor de Administração da Escola Superior de Marketing e Propaganda (ESPM), explica que a precificação pode ser com base no custo, no valor e na concorrência. O primeiro cálculo considera o custo total do produto ou serviço, somando uma margem de lucro desejada.

“Esse método é simples de calcular e facilita cobrir os gastos do negócio, que é um grande problema para uma pequena empresa, um negócio que está iniciando. A principal desvantagem é que esse método, usado isoladamente, ignora os fatores de mercado, como o preço da concorrência”, aponta.

Já no segundo modelo, o preço é definido conforme o valor percebido pelo cliente, independente de quanto a empresa gasta na oferta daquele produto. “Esse método funciona mais para produtos e serviços únicos, que realmente atendem a necessidade específica de um cliente e tem como grande vantagem colocar uma margem de lucro maior, ou seja, se o cliente vê um valor grande envolvido nessa oferta”, afirma.

O terceiro modelo, que foca na concorrência, define o preço a partir da observação do que os concorrentes estão cobrando.

Embora tenha citado os métodos principais, o especialista alerta para uma análise cuidadosa para cada negócio.

“O ideal para garantir uma margem de lucro saudável, ser competitivo, é essa visão de mercado e a visão da própria empresa. De mercado é como o cliente espera, como os competidores estão ofertando e olhando internamente quais são os meus gastos e qual seria uma margem de lucro que garantiria o sucesso do negócio”, reitera.



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