Após aval do Banco Central, nova câmara amplia oferta de serviços com infraestrutura voltada a títulos públicos, privados e derivativos.
A CSD BR, nova câmara de liquidação do mercado financeiro brasileiro, iniciou suas operações nesta semana, após obter autorização do Banco Central. A instituição passa a oferecer serviços de compensação e liquidação de ativos de renda fixa e derivativos, ampliando a infraestrutura do setor com foco em eficiência e segurança.
O início das atividades representa um avanço relevante para o Sistema Financeiro Nacional, que ganha mais uma estrutura dedicada a garantir o correto processamento de transações com ativos como debêntures, letras financeiras, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA), além de instrumentos de derivativos de balcão.
A autorização do Banco Central foi concedida em abril, após análise dos requisitos operacionais, tecnológicos e de governança da nova câmara. Com sede em São Paulo, a CSD BR é fruto de um projeto da B3, que busca diversificar seus serviços de infraestrutura para o mercado financeiro.
Segundo a B3, a nova clearing (termo usado para câmaras de liquidação) foi construída com base em padrões internacionais e práticas regulatórias modernas. A infraestrutura permitirá a redução de riscos nas transações, com integração a sistemas de registro e custódia, além de mecanismos de garantia mais robustos.
A liquidação financeira é uma etapa crucial nas operações com títulos. É nesse processo que ocorre a entrega efetiva dos ativos e o recebimento dos valores acordados. Ao assumir essa função, a CSD BR amplia a concorrência no setor e contribui para a modernização do mercado de capitais.
O novo ambiente também permitirá ganhos operacionais às instituições financeiras, por meio de maior agilidade nas transações e menor custo com back office. A expectativa da B3 é que a nova estrutura incentive o crescimento de operações com renda fixa e derivativos, em um momento de maior diversificação de investimentos no país.
Para especialistas, a entrada em operação da CSD BR pode ainda facilitar o desenvolvimento de novos produtos e ampliar o acesso de investidores institucionais e corporativos a ativos mais sofisticados. A padronização dos procedimentos de liquidação é outro fator que tende a reduzir assimetrias entre os participantes do mercado.
A nova câmara está preparada para operar com volumes elevados e deve concentrar parte significativa da liquidação de ativos privados até o fim de 2025. A migração ocorrerá de forma escalonada, com acompanhamento do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O lançamento da CSD BR também está alinhado com o movimento global de fortalecimento das infraestruturas de mercado financeiro. Nos últimos anos, diversos países criaram ou modernizaram suas câmaras de liquidação como forma de mitigar riscos sistêmicos e assegurar a estabilidade do sistema.
Com isso, o Brasil dá mais um passo na direção de um mercado de capitais mais robusto, transparente e competitivo, consolidando-se entre as principais praças financeiras emergentes do mundo.