Comemorado em 22 de maio, data valoriza profissionais responsáveis pela produção de mel e pela preservação das abelhas, essenciais à biodiversidade e à agricultura.
O Dia do Apicultor, celebrado em 22 de maio, reconhece o trabalho dos profissionais que se dedicam à criação de abelhas e à produção de mel, própolis, geleia real e outros derivados. Mais do que gerar alimentos naturais, os apicultores são agentes essenciais na preservação ambiental e na segurança alimentar, já que as abelhas desempenham papel vital na polinização de culturas agrícolas.
A atividade apícola está presente em todos os estados brasileiros, com destaque para regiões do Nordeste, Sul e Sudeste. Apesar do potencial do setor, os produtores ainda enfrentam desafios relacionados à estrutura produtiva, acesso a crédito, qualificação técnica e apoio logístico para escoamento da produção.
Do ponto de vista da gestão pública, a apicultura precisa ser encarada como uma atividade estratégica, tanto no campo ambiental quanto no econômico. O incentivo à organização de cooperativas, à criação de centros de capacitação e à modernização dos apiários pode ampliar a renda das famílias no campo e reduzir o êxodo rural.
As políticas públicas voltadas à agricultura familiar devem incluir de forma mais consistente os apicultores. Investimentos em pesquisa, certificação sanitária e programas de aquisição de alimentos — como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) — são caminhos viáveis para estimular a profissionalização do setor e abrir novas oportunidades de mercado, inclusive para exportação.
Além disso, é urgente promover ações de conscientização sobre o impacto do uso indiscriminado de agrotóxicos, que ameaça colmeias e reduz drasticamente a população de abelhas. A gestão ambiental precisa dialogar com o setor agrícola para construir soluções sustentáveis, em que a produtividade caminhe junto com a conservação dos polinizadores.
O Brasil possui uma das maiores biodiversidades de abelhas do mundo, com centenas de espécies nativas. Muitas delas são criadas por meliponicultores, que também merecem atenção nas políticas públicas. A valorização da meliponicultura pode fortalecer cadeias produtivas locais, respeitando saberes tradicionais e promovendo a conservação das espécies.
Os apicultores também são protagonistas em iniciativas de educação ambiental, desenvolvendo projetos com escolas, comunidades rurais e unidades de conservação. O mel produzido em sistemas sustentáveis agrega valor à marca do território e cria vínculos entre consumo consciente e proteção da natureza.
O Dia do Apicultor deve ser visto como uma oportunidade para ampliar o diálogo entre governos, instituições de pesquisa, associações de produtores e consumidores. A cadeia do mel pode ser vetor de desenvolvimento regional se for integrada a políticas de inovação, turismo rural e comercialização direta.
Valorizar o apicultor é garantir a sobrevivência das abelhas e, por consequência, da agricultura e dos ecossistemas. A gestão pública comprometida com o desenvolvimento sustentável precisa olhar para esses profissionais não apenas como produtores, mas como guardiões da biodiversidade.
Com planejamento, assistência técnica e incentivos adequados, a apicultura pode florescer como exemplo de atividade econômica viável, socialmente justa e ambientalmente indispensável. Celebrar essa data é reafirmar o compromisso com um futuro mais doce, equilibrado e sustentável para todos.
