setembro 7, 2025

Geração Z e a Cultura do “Fingir Que Trabalha”: Desafio de Gestão ou Falha de Liderança?

Comportamento crescente entre jovens profissionais acende alerta sobre cultura organizacional, engajamento e a necessidade de gestão mais estratégica.

Nas redes sociais e nos bastidores das empresas, uma situação tem chamado atenção: profissionais da Geração Z “fingindo” que estão trabalhando. Embora polêmico, o comportamento tem sido relatado por líderes e colegas como um reflexo de ambientes de trabalho pouco inspiradores, processos mal definidos ou mesmo da ausência de cultura forte e metas claras.

Mas será mesmo que o problema está apenas nos colaboradores? Ou a gestão também precisa assumir sua parte de responsabilidade?

Empresas que lidam com baixa entrega de resultados, alta rotatividade e desengajamento da equipe — especialmente entre os mais jovens — precisam rever seus modelos de liderança e a clareza da direção estratégica. Quando a cultura é fraca e a liderança é ausente, é comum que as pessoas apenas “cumpram tabela”, aparentando produtividade sem, de fato, gerar valor.

Para a Geração Z, que cresceu em um mundo hiperconectado e mais imediatista, o trabalho precisa fazer sentido. Não se trata apenas de salário ou estabilidade — é sobre propósito, autonomia, reconhecimento e aprendizado constante. Se esses elementos não estão presentes, o desinteresse toma conta. O colaborador “faz de conta” que trabalha, enquanto espera o próximo boleto ser pago.

Esse fenômeno escancara um desafio de gestão. Liderar jovens exige mais do que comando: exige escuta, clareza, feedbacks constantes e metas alinhadas com a realidade da equipe. Quando isso falha, o resultado é um time que não se sente dono dos processos e não enxerga impacto nas tarefas diárias — e aí, sim, o engajamento vai para o ralo.

A solução está em cultivar uma cultura forte, com rituais claros de acompanhamento, liderança inspiradora e indicadores de desempenho transparentes. A cultura organizacional precisa deixar claro o que é valorizado, como o sucesso é medido e qual o papel de cada um na jornada coletiva.

Empresas que investem em desenvolvimento de líderes e constroem times com mentalidade de dono colhem resultados reais. O time passa a se sentir parte do propósito, entende sua contribuição no todo e, com isso, entrega mais — sem necessidade de microgerenciamento ou cobranças exaustivas.

Por outro lado, quando o líder é ausente, não dá feedback e não cria um ambiente seguro e desafiador, a tendência é o colaborador adotar o comportamento mínimo necessário para não ser demitido. Isso não é só sobre a Geração Z — é sobre qualquer pessoa colocada em um ambiente onde não há clareza, direção nem motivação.

Treinar a liderança para lidar com diferentes perfis geracionais, estruturar uma cultura forte e estabelecer metas que conectam propósito e performance são passos fundamentais para transformar um time que “finge” que trabalha em um time que entrega de verdade.

Mais do que apontar o dedo para os mais jovens, o momento exige reflexão e ação estratégica dos gestores. Afinal, equipes desmotivadas não são problema da juventude — são reflexo direto de uma gestão que ainda não entendeu como inspirar, engajar e liderar no mundo atual.

E você, já viu isso acontecer na sua empresa? Talvez esteja na hora de apertar o botão da expansão e transformar o seu modelo de liderança.

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