julho 22, 2025

Panorama da Economia Global em 2025

A economia global segue em fase de desaceleração: o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta crescimento de cerca de 2,4% para 2025, numa revisão para baixo devido a tensões comerciais, inflação persistente e custos elevados de energia. O Banco Mundial aponta ritmo semelhante, com países emergentes crescendo em torno de 4%, mas abaixo da média pré-pandemia. Morgan Stanley reforça esse cenário, estimando crescimento global de 2,9% em 2025, comparado com 3,3% em 2024.

As principais causas incluem:

  • Guerra comercial e protecionismo — tarifas mais altas nos EUA (novas restrições inclusive a parceiros como Brasil) e retaliações da China afetam cadeias globais;
  • Preços da energia voláteis — recentes tensões no Oriente Médio elevaram o barril de petróleo a US$77, ameaçando crescimento global se subirem acima de US$100;
  • Política monetária restritiva — bancos centrais mantêm juros elevados em resposta à inflação, usando modelo que deve durar até 2026.

Apesar deste cenário, mercados emergentes — como Brasil, Polônia e Espanha — atraem investimentos, e ETFs desses países estão entre os mais rentáveis do ano.

Como isso se reflete na Economia Brasileira

O Brasil tem se posicionado em meio a essa conjuntura global complexa, refletindo tanto impactos positivos quanto desafios.

1. Crescimento moderado com fundamentos sólidos

  • No 1º trimestre de 2025, o PIB cresceu 1,4% sobre o trimestre anterior, puxado por safra recorde de soja (+12%) e demanda interna.
  • O FMI projeta crescimento anual de 2,3%, abaixo dos 3,4% de 2024, com inflação convergindo até 5,2% ao fim do ano.
  • OCDE e BBVA esperam crescimento de 2,1% a 2,3%, desacelerando em 2026.

2. Vantagem nas exportações de commodities

  • Como grande exportador de soja, carne, minério e petróleo, o Brasil se beneficia da demanda global — especialmente com compradores redirecionando compras da China.
  • A desvalorização do real, que chegou a R$6,20 em dezembro e se ajustou para R$5,60 em junho, torna esses produtos mais competitivos no exterior.

3. Desafios internos: inflação, juros e dívida

  • A inflação segue alta (~5,4% ao ano), levando o Banco Central a manter a Selic em 14,75–15%, o maior patamar em quase 20 anos.
  • Isso freia o consumo e investimento futuro, embora ainda sustente demanda interna moderada.
  • A dívida pública oscila em torno de 76% do PIB, limitando espaço fiscal.

4. Relações externas em expansão

  • O Brasil promoveá diversificação de financiamentos com emissão de panda bonds (yuan chinês) e eurobonds – uma aposta em relações com China e UE.
  • Na pauta do BRICS, como país-sede do encontro em julho no Rio, temas como cooperação no Sul global, uso de moedas nacionais e reforma do sistema internacional estarão em debate.

5. Pressões do comércio internacional

  • A pressão chinesa no setor de veículos elétricos gerou receio na indústria local, motivando propostas de aumento de tarifas (até 35%) para proteger o mercado interno.
  • Já os EUA aplicaram 10% de tarifas sobre exportações brasileiras, impactando setores como aço e alumínio, ainda que agronegócio encontre oportunidades nesse ambiente.

A economia mundial encontra-se em um momento de transição, com crescimento mais lento, pressões inflacionárias e incertezas políticas. O Brasil está bem posicionado para tirar proveito de seu potencial exportador, especialmente em commodities, fortalecendo-se em meio à real desvalorizado. Contudo, enfrenta desafios estruturais: juros altos necessários para controle da inflação, dívida elevada, e competição internacional em setores industriais.

Para continuar trilhando um caminho de crescimento sustentável, o país precisa avançar em assinatura fiscal, reformas estruturais (tributária, previdenciária) e garantir um ambiente favorável a investimentos — combinando estabilidade macro com integração global ativa.

Fabrício Ribeiro, PhD h.c em Empreendedorismo pelo International Institute of Business Management & Research Technology, Doutor h.c em Administração de Empresas pela Logos University International, Mestre em Gestão Empresarial pela City University, Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Goiás, Especialista em Relações Internacionais. Conselheiro do CRA-GO e Diretor da ACIEG Jovem. Membro Associado da Harvard Alumni Entrepreneurs, Autor dos Livros: Seja o Administrador da sua História e Felicidade no Trabalho. Recebeu em 2024 uma Citation em Administração pela The Commonwealth of Massacusetts, Boston – USA. Foi também, Pesquisador Científico pela PUC GOIÁS e é Especialista em Felicidade Corporativa.

Contato: fabricio.ribeiro@crago.adm.br
CRA-GO: 18340.

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