Pontífice também envia recado indireto ao vice-presidente JD Vance.
O papa Francisco voltou a criticar as políticas imigratórias dos Estados Unidos, alertando que medidas mais rígidas contra imigrantes podem ter consequências negativas. Em reunião com bispos norte-americanos, o pontífice afirmou que as ações do ex-presidente Donald Trump na área migratória “terminarão mal”, caso sejam retomadas em um eventual novo mandato.
Sem citar diretamente o republicano, Francisco expressou preocupação com a criminalização de migrantes e a construção de barreiras na fronteira com o México. O papa tem defendido uma abordagem mais humanitária para o tema, incentivando a acolhida de refugiados e imigrantes em situação de vulnerabilidade.
Recado para JD Vance
Além da crítica a Trump, o pontífice enviou um recado indireto ao vice-presidente dos EUA, JD Vance, conhecido por seu posicionamento rígido sobre imigração. Católico, Vance tem defendido políticas mais duras contra imigrantes ilegais, alinhando-se à agenda do ex-presidente.
Francisco reforçou que a Igreja deve estar do lado dos mais frágeis e destacou o papel dos bispos em garantir que a fé não seja usada para justificar medidas de exclusão. A declaração pode aumentar a tensão entre o Vaticano e setores mais conservadores do catolicismo nos EUA, que apoiam Trump e Vance.
Imigração como tema central
A imigração tem sido um dos principais pontos de debate na campanha eleitoral dos EUA. Trump promete ampliar deportações e retomar a construção do muro na fronteira sul, enquanto o governo Biden tenta equilibrar medidas de controle e políticas humanitárias.
As declarações do papa reforçam a oposição do Vaticano a políticas restritivas e podem influenciar o debate entre católicos norte-americanos, uma base eleitoral relevante. No entanto, setores conservadores da Igreja veem as falas de Francisco com desconfiança e defendem uma abordagem mais alinhada aos interesses nacionais dos EUA.
A reação do governo norte-americano e dos apoiadores de Trump às palavras do papa deve definir os próximos desdobramentos dessa tensão entre política e religião.