Resultado reflete alta na demanda por viagens, melhora operacional e desafio de manter crescimento com controle de custos.
A CVC Corp registrou receita líquida de R$ 362 milhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 18% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado confirma o avanço do setor de turismo e sinaliza a consolidação da recuperação pós-pandemia.
Maior operadora de turismo da América Latina, a empresa atribuiu o desempenho à retomada da demanda por viagens nacionais e internacionais, especialmente entre consumidores de renda média. O brasileiro voltou a viajar — e a CVC colhe os frutos dessa retomada.
Com um portfólio mais digitalizado, a empresa conseguiu melhorar a eficiência operacional e ampliar o número de transações por meio de seus canais online. A venda direta ao consumidor ganhou força, reduzindo dependência das agências físicas e aumentando a margem bruta.
Na prática, a gestão da companhia buscou reorganizar processos, revisar contratos com fornecedores e aplicar inteligência de dados para entender o novo comportamento do consumidor. A meta, segundo a empresa, é combinar escala com personalização.
O número de passageiros embarcados subiu 23% no período. As viagens internacionais representaram 35% do volume total, com destaque para destinos como Portugal, Argentina e Estados Unidos. No turismo doméstico, Nordeste e Sudeste lideraram a procura.
A CVC também ampliou sua base de franquias ativas e anunciou novos acordos com companhias aéreas e redes hoteleiras. A estratégia busca reforçar a malha de serviços e melhorar condições comerciais em um mercado cada vez mais competitivo.
Apesar do avanço, o trimestre não foi isento de desafios. A empresa ainda sente os efeitos da desaceleração econômica em algumas regiões, do crédito caro e da alta do custo de serviços no exterior, fatores que exigem atenção contínua na gestão de preços e margens.
Para analistas, o resultado mostra recuperação sólida, mas ainda depende de um cenário macroeconômico favorável. A manutenção do apetite do consumidor por viagens — mesmo com inflação e juros elevados — será decisiva para o desempenho nos próximos trimestres.
No balanço, a empresa destacou o avanço da governança e os investimentos em tecnologia como pilares da estratégia. O foco está em ampliar a conversão digital, reduzir inadimplência e otimizar a malha de serviços para melhorar a experiência do cliente.
O EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 48 milhões, crescimento de 31% sobre o mesmo trimestre de 2024. O número indica maior controle de custos e melhora da rentabilidade operacional.
Segundo a diretoria, a empresa está pronta para crescer de forma sustentável, com expansão internacional moderada e foco no aumento da produtividade por loja. O modelo de negócios deve seguir híbrido, combinando presença física e digital.
A CVC ainda aposta em parcerias estratégicas com fintechs e plataformas de turismo para diversificar fontes de receita e oferecer pacotes com maior flexibilidade de pagamento — uma demanda cada vez mais comum entre os consumidores.
Para os próximos meses, a previsão é de alta nas vendas para o inverno e o segundo semestre. O desempenho será influenciado por feriados prolongados, férias escolares e estabilidade do câmbio.
O cenário indica que, com gestão ajustada, tecnologia e leitura precisa do mercado, a CVC Corp volta a ocupar posição de destaque no setor. Resta agora transformar essa retomada em um ciclo sustentável de crescimento.