setembro 7, 2025

Varejo brasileiro enfrenta segundo recuo consecutivo, mas crescimento anual segue positivo, aponta Santander.

Índice do Santander revela que, apesar de retração no curto prazo, setor continua em expansão no acumulado anual.

O setor de varejo no Brasil registrou seu segundo recuo consecutivo, de acordo com os dados mais recentes do Índice de Atividade do Varejo (IAV) do Santander. Essa retração, observada no comparativo mensal, aponta uma desaceleração no ritmo de vendas, gerando preocupações entre os empresários e gestores do setor. No entanto, ao analisar o desempenho do varejo no acumulado do ano, o cenário se mostra mais positivo, com um crescimento de 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse crescimento interanual sugere que, embora o varejo esteja enfrentando desafios no curto prazo, o mercado segue uma trajetória de recuperação quando observados os números do acumulado. Especialistas acreditam que essa discrepância entre os dados mensais e anuais está relacionada a fatores sazonais, bem como ao impacto de decisões econômicas e políticas no comportamento do consumidor. A recuperação observada nos últimos meses de 2024 e o crescimento contínuo em relação ao ano passado indicam que a retomada pode ser mais gradual, mas sólida.

Os dados do Santander mostram que a queda recente no setor de varejo está associada a uma desaceleração do consumo, principalmente em segmentos que dependem mais de crédito e financiamento. O aumento das taxas de juros, aliando-se a um cenário de inflação ainda persistente, tem pressionado o orçamento das famílias, afetando o poder de compra e a disposição dos consumidores para realizar grandes aquisições.

Apesar dessa desaceleração no volume de vendas, os segmentos mais resilientes continuam apresentando bons resultados. O varejo de alimentos e produtos de primeira necessidade segue com crescimento, impulsionado pela demanda constante e pela estratégia de empresas em manter preços competitivos e promoções que atraem o consumidor. Já setores como vestuário e móveis têm enfrentado desafios mais significativos devido à maior dependência de crédito e ao aumento do custo de vida.

O ambiente desafiador tem levado muitos varejistas a revisar suas estratégias, com foco em eficiência operacional e digitalização. Empresas que já haviam investido em canais de venda online e em soluções tecnológicas têm se saído melhor nesse período de retração, aproveitando a migração do consumidor para o e-commerce, tendência que se consolidou durante a pandemia de COVID-19 e que continua a impactar o setor.

Além disso, a adaptação ao novo perfil de consumo, mais atento ao custo-benefício e à busca por alternativas mais econômicas, tem sido fundamental para a recuperação do varejo em 2024. A personalização de ofertas e o uso de dados para entender melhor as preferências dos consumidores têm sido ferramentas valiosas para varejistas, permitindo-lhes aumentar a relevância de suas ofertas e melhorar a experiência de compra.

Embora o recuo no varejo nos últimos dois meses seja um sinal de alerta, o desempenho positivo no comparativo anual é um indicativo de que a recuperação do setor é possível, mas exige cautela e ajustes estratégicos. Para muitos gestores, o foco estará em aprimorar a experiência do cliente, reduzir custos operacionais e aproveitar as novas oportunidades no mercado digital.

O desafio para o setor de varejo será equilibrar o crescimento sustentado com as incertezas econômicas que ainda pairam sobre o Brasil, como as expectativas em relação à inflação e a taxa de juros. A recuperação será, sem dúvida, gradual e exigirá adaptações rápidas ao cenário em constante mudança. No entanto, os dados indicam que o setor de varejo continua sendo um dos pilares importantes da economia brasileira, com potencial para seguir crescendo a longo prazo, mesmo diante de adversidades no curto prazo.

Portanto, embora o segundo recuo consecutivo no varejo represente um obstáculo temporário, o crescimento anual de 6,1% demonstra a resiliência do setor, que segue se adaptando às novas demandas do consumidor e aos desafios econômicos. A gestão estratégica e a inovação contínua serão chave para que o varejo brasileiro possa continuar prosperando nos próximos anos.

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